Deus criou o mundo em sete dias. O diabo usou uma serpente para enganar a primeira mulher. Um dilúvio cobriu toda a Terra e apenas uma família e representantes das espécies terrestres de animais foram salvos numa grande arca de madeira.
Deus criou a diversidade de línguas para impedir a construção da Torre de Babel. Escravos cruzaram o Mar Vermelho que se abriu diante deles. Jesus curou paralíticos, deu vista aos cegos e até ressuscitou mortos. Isso tudo é possível? Trata-se de fatos reais ou meras alegorias para transmitir verdades espirituais?
É preciso analisar os fatos antes de chegar a uma conclusão precipitada.
1. A Criação. Quando analisamos os relatos ou mitos de criação antigos, percebemos semelhanças interessantes com o texto Bíblico. Exemplo: o Enuma Elish, datado do 7º século a.C., traz sete tabletes de argila que descrevem a criação do mundo dividida em sete partes. Apesar das diferenças, as semelhanças entre esses mitos e o relato bíblico apontam para uma mesma fonte primordial. Kenneth Kitchen, respeitado egiptólogo da Universidade de Liverpool, Inglaterra, e especialista em literatura do antigo Oriente Médio afirma que geralmente na cultura literária daquela região os relatos mais simples contêm a narrativa original de um evento. Quando comparado com os mitos babilônicos, assírios, hititas e egípcios, o relato da criação em Gênesis desponta como a versão menos elaborada, logo, original. Mais: De onde teria surgido o ciclo semanal, que não depende de movimentos de corpos celestes, como os dias, os meses e os anos? E como ficaria o quarto mandamento da lei de Deus, que estabelece a guarda do sábado semanal – “porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há” (Êx 20:11) –, caso a semana da Criação não fosse literal?
2. A Queda. De modo semelhante, o relato da queda pelo engano da serpente é sugerido em outras culturas. Um selo mesopotâmico do 3º milênio a.C. traz a imagem de um casal sentado em frente a uma árvore com uma serpente por trás deles. Resquícios dessa história são encontrados em outras culturas, apontando igualmente para um relato primordial.
3. O Dilúvio. Mais de 200 culturas espalhadas pelo mundo preservaram relatos de uma grande inundação que destruiu a Terra e da qual foram salvas algumas pessoas num grande barco. Além disso, há várias evidências geológicas que apontam para uma tremenda catástrofe hídrica. Exemplo: cerca da metade dos sedimentos continentais são de origem marinha; são encontrados em montanhas fósseis de animais marinhos; os estratos da coluna geológica se apresentam de forma paralela em grandes extensões, sem revelar sinais de erosão entre as camadas, o que indica uma formação rápida; etc.
4. A Torre de Babel. Os zigurates encontrados em Ur, no Iraque, e que eram usados para facilitar o contato dos sacerdotes com os deuses, atestam que o povo de Babel construiu torres com propósitos religiosos. Além disso, estudos línguísticos têm demonstrado que os idiomas remontam a um tronco comum, à medida que se recua no tempo.
5. O Êxodo. Estudos indicam que, de fato, houve escravos hebreus no Egito, como atestam pinturas nas paredes de pirâmides. E um papiro do sacerdote egípcio Ipuwer menciona, inclusive, algumas das pragas que assolaram a nação. Há diversas palavras e expressões hebraicas nas narrativas do livro de Êxodo que são claramente de origem egípcia, o que indica a autoria de alguém versado em ambos os idiomas e conhecedor do local de origem do relato. Por que, então, duvidar do restante do relato do livro bíblico do Êxodo?
6. Milagres de Jesus. Fontes extrabíblicas, como o historiador judeu do 1º século Flávio Josefo e o Talmude, importante obra do judaismo concluída por volta do ano 500 d.C., sugerem que Jesus de Nazaré foi responsável por feitos miraculosos. Quando Jesus ressuscitou, os maiores interessados em desmentir o fato eram os líderes judaicos e os soldados romanos. Mas eles não puderam fazer isso. O surgimento do cristianismo em Jerusalém só pode ser explicado por meio da ressurreição de Jesus Cristo, uma vez que se o corpo dEle ainda estivesse na tumba de José de Arimatéia, a crença num Messias ressurreto seria infundada e insana.
E o mais interessante é que Jesus, o Filho de Deus, confirmou todos os eventos bíblicos citados acima ao fazer referência a eles como fatos históricos e não meras alegorias.
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